domingo, 30 de outubro de 2011

Prepare-se para o grande encontro

A parábola das dez virgens nos remete aos dias atuais e nos induz a uma séria reflexão. Diz o texto sagrado que: “… o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco dentre elas eram néscias, e cinco prudentes. As néscias, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo; no entanto, as prudentes, além das lâmpadas, levaram azeite nas vasilhas. E, tardando o noivo, foram todas tomadas de sono e adormeceram. Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! Saí ao seu encontro! Então, se levantaram todas aquelas virgens e preparam as suas lâmpadas. E as néscias disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando. Mas as prudentes responderam: Não, para que não falte a nós e a vós outras! Ide, antes, aos que o vendem e comprai-o. E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam apercebidas entraram com ele para as bodas; e fechou a porta. Mais tarde, chegaram às virgens néscias, clamando: Senhor, senhor, abre-nos a porta! Mas ele respondeu: Em verdade vos digo que não vos conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora” (Mt. 25.1/13).   Jesus compara o evento da sua segunda vinda a uma alegre procissão de casamento, exemplificando a necessidade do preparo para a sua volta, em ambos os eventos os não preparados não podem entrar. À luz do texto citado podemos fazer algumas comparações. A quem se comparam as virgens? São comparadas com os cristãos de hoje (alguns prudentes, outros negligentes). A quem se compara o noivo? O noivo é Cristo que vem buscar os seus eleitos, que devem estar preparados. O que é o azeite? O azeite é a reserva do discípulo de Jesus, assim como as virgens precisavam de azeite além das lâmpadas acesas, o cristão precisa ter algo a mais. Deve estar preparado, através do agir do Espírito Santo. Então, podemos extrair as seguintes lições: em primeiro lugar, todos nós teremos um encontro com Cristo, onde nossas ações serão sopesadas (II Cor. 5.10); em segundo lugar, não devemos ficar de braços cruzados esperando esse glorioso dia, mas deveremos estar preparados, solidificados na fé e buscando constante aperfeiçoamento interior, orando a todo instante (II Cor. 11.2/3). Em terceiro lugar, é preciso se conscientizar que a volta de Jesus será repentina e talvez não tenhamos tempo para consertar os nossos erros (Ap. 16.15). Portanto, busque estar em dia com Cristo, não se apartando de seus ensinamentos. Não adie decisões que devem ser tomadas hoje!
Conclusão: Você pode começar a definir hoje a forma com que se dará esse grande encontro: se haverá júbilo ou pranto. Qual será o seu galardão? Você entrará pela porta com Cristo ou ficará de fora? Não deixe para depois, pense nisso enquanto é tempo, pense nisso agora!

(Presbítero. João Eduardo Soave)
Igreja Presbiteriana de Sorocaba

domingo, 23 de outubro de 2011

Quem poderá viver na presença de Deus?

O salmista faz a seguinte indagação: “Quem, Senhor, habitará no teu tabernáculo? (entenda-se eternidade). Quem há de morar no teu santo monte? A resposta vem em seguida: “O que vive com integridade, e pratica a justiça, e, de coração, fala a verdade, o que não difama com sua língua, não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho” (15.1/3). Analisando a sua vida, você já se perguntou se terá condições de habitar na presença do Senhor?  Integridade é um vocábulo de origem latino, e assim como palavra taw-meem, usada no texto original, tem um sentido de inteireza, de completude. O dicionário diz que integridade é o estado ou característica daquilo que está inteiro, que não sofreu qualquer diminuição. Warren Wiersbe, no livro “A Crise de Integridade” afirma que a integridade é para o caráter de uma pessoa o mesmo que a saúde é para o seu corpo.  No contexto em que estamos estudando, viver com integridade é viver segundo os preceitos emanados do Senhor. É não se deixar contaminar com as coisas que o mundo oferece. É ser transparente e honesto com os outros, consigo mesmo e, sobretudo com Deus. A integridade alegra o coração de Deus. É andar na luz (I João 1.7). Vidas íntegras devem fazer parte da natureza daqueles que foram alcançados pela Palavra de Deus.  Praticar a justiça, segundo a definição de um famoso jurisconsulto romano, é “dar a cada um aquilo que é seu”; é não tomar aquilo que não lhe pertence. Falar a verdade é não se entregar a mentira. Quem ama o próximo não o difama não lhe faz mal algum. Quando mentimos, o Senhor está longe de nós (I João 1.10). Se dissermos que temos comunhão com Deus e andamos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade (I João 1.6). O apóstolo Paulo apela para o exemplo da integridade de Deus: Deus é integro, diz ele, vocês também precisam ser. Não há honestidade ou integridade em quem afirma estar em comunhão com o Senhor, mas na verdade anda em trevas, ou em quem prega e ensina algo que não pratica, ou naquele que finge fazer algo que não está fazendo ou mesmo em quem simula reações e atitudes por que imagina que isso lhe fará mais aceitável diante de Deus e das pessoas. Há um texto em que Jesus fala dessa integridade: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6.19/21).
Jamais se esqueça que a fidelidade é uma marca distintiva do discípulo de Jesus. Num mundo regido pela ética flácida e situacional, somos chamados a viver com integridade inegociável, como luzeiros do mundo, andando de forma justa, sensata e piedosa
Agora que você já deve ter lido o texto, certamente estará em condições de responder àquela indagação: “Analisando a sua vida, você já se perguntou se terá condições de habitar na presença do Senhor”?
Pense nisso hoje, pense nisso agora!

(Presbítero. João Eduardo Soave)
Igreja Presbiteriana de Sorocaba

domingo, 9 de outubro de 2011

O Senhor peleja por nós

Enquanto meditava, buscando inspiração para escrever esse artigo, já no percurso de ida para São Paulo, deparei-me com a triste notícia da morte de um grande amigo, Gilberto Mas de Mello – crente fervoroso, generoso, homem exemplar, companheiro de lutas beneficentes, irmão – ocorrida na última quarta-feira. Hesitei um pouco para escolher um tema que pudesse trazer consolo para o meu coração, para a família enlutada e também para a igreja. Pois bem, pensei em fazer uma conexão entre o último estudo e o deste domingo. Com efeito, dias atrás discorremos sobre a aliança que o Senhor fez com Noé, Moisés, Abraão, Isaque e Jacó e que se perdura até os dias de hoje (Gn 12.1/3). Josué, já avançado em dias, reuniu seu povo – tal como havia sido feito por Moisés um pouco antes de sua morte (Dt 32.46) – dentre eles anciãos, juízes e oficiais para reafirmar a aliança e relembrar os feitos que Deus fez em favor do povo. Nações fortes e iníquas haviam sido destruídas pela poderosa providência de Deus. Advertiu-os que deveriam guardar a aliança com o Senhor e que não deveriam se desviar nem para a direita e nem para a esquerda e assim, Deus continuaria a caminhar com eles (Josué 23, 1/3, 15/16). Podemos destacar dois aspectos da fidelidade de Deus, pois há dois lados em sua aliança – promessas e advertências. Pode-se confiar que o Senhor cumprirá suas advertências tão plenamente quanto podemos confiar que Ele cumprirá suas promessas. Por isso precisamos ficar atentos às advertências, para não cairmos em destruição. Por outro lado, se observarmos os Estatutos e Juízos do Senhor, que são perfeitos e perpétuos, então suas promessas tornarão uma realidade em nossas vidas. A Palavra do Senhor diz que o diabo veio para matar, roubar e destruir (João 10.10) e que ele está ao nosso derredor, rugindo como um leão, buscando a quem possa tragar. No entanto amados, enquanto ele faz de tudo para tragar a nossa vida, o Senhor nos guarda debaixo de suas asas (Jo 10.9, Rm 10.9/10, 14.6). Enquanto nosso inimigo tenta contra nós o Senhor, nosso Deus, que é o Senhor dos Senhores, que é o Leão da tribo de Judá, peleja por nós. Talvez neste momento de sua vida você, como eu, possa estar vivendo alguma situação difícil, complicada, enfermidades, perda de pessoas queridas, desalento. Pode até parecer que não tem jeito, que não há saída. O inimigo pode parecer grande demais, poderoso demais, mas é apenas uma aparência! Há um Deus que está no controle de tudo, que criou todas as coisas, que é zeloso, amoroso e poderoso o suficiente para transformar qualquer situação. Nada, absolutamente nada, poderá nos separar do amor de Deus, nem mesmo a morte, o último inimigo a ser vencido. Talvez seja essa uma das passagens mais belas e confortantes escritas pelo apóstolo Paulo (Rm 8.37/39). Estaremos um dia na eternidade, juntos com o Senhor e seus remidos. Portanto, o medo, a tristeza e a desesperança não podem ecoar em nossos corações. Continuem marchando para a vitória (Ap. 22.5/7). Deus é fiel e velará para o cumprimento de suas promessas, de estarmos juntos com Ele na Jerusalém celestial, onde não haverá pranto, luto e dor (Ap.22.4). Lembrem-se: Deus nunca perdeu uma batalha! E mais: “…todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé. Quem é que vence o mundo, senão aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus?” (I João 5.4/5).

Hoje o Senhor quer que você e eu, avance, sem medo, sem vacilo, porque Ele é aquele que peleja por nós! A morte não é a última resposta. Creiam nisso!
(Presbítero. João Eduardo Soave)Igreja Presbiteriana de Sorocaba 



domingo, 2 de outubro de 2011

Aliança Eterna

Podemos definir o vocábulo ‘aliança’ como sendo um acordo solene, pactuado ou imposto unilateralmente, que ligam as partes umas às outras em relações permanentes, definidas, com obrigações e deveres recíprocos. Quando Deus fez uma aliança com seu povo, só Ele estabeleceu as condições, como mostra a aliança feita com Noé e seus descendentes (Gn 9.8/17) e com Abraão (Gn 12.1/3), que creu nas promessas de Deus e atendeu ao seu chamado; foi a sua fé na promessa do Senhor que lhe foi creditada como justiça (Gn 15.6; Rm 4.18/22). No Antigo Testamento, essa aliança foi renovada com Isaque e Jacó. Na verdade, essa aliança, ainda que imposta unilateralmente, é cheia de misericórdia e da graça do Senhor. O fracasso dos israelitas em guardar a aliança, mostrou a necessidade de uma nova aliança (Jr 31.31/34; 32.38/40). A aliança de Deus com o seu povo foi uma preparação para a vinda do próprio Deus, na pessoa de seu Filho, para cumprir todas as suas promessas. Jesus, o mediador da nova aliança, ofereceu-se a si mesmo como o verdadeiro e definitivo sacrifício pelas nossas iniqüidades. Ele se tornou herdeiro – com todos aqueles que se unem a Ele – de todas as bênçãos relativas à aliança, paz e comunhão com Deus na sua criação renovada. No Novo Testamento, Deus criou uma melhor versão de sua única e eterna aliança com os pecadores (Hb 13.20) – uma melhor aliança com melhores promessas (Hb 8.6), baseada num melhor sacrifício (Hb 9.23) oferecido por um melhor sumo sacerdote, num melhor santuário (Hb 7.26, 8.6, 11.13/14). Essa nova e superior aliança (Hb 9.11/21) garante uma esperança melhor do que aquela explicitada na versão da antiga aliança – glória com Deus numa ”pátria superior, isto é, celestial” (Hb 11.16; cf. v. 40). O cumprimento da nova aliança escancara a porta da fé aos gentios. Os gentios e os judeus que se unem a Cristo pela fé recebem a adoção de filhos (Gl 3.26/29). O objetivo da ação de Deus nessa aliança é – como sempre foi- a reunião e a santificação do povo da aliança vindo de “todas as nações, tribos, povos e línguas” (Ap. 7.9). O Batismo e a Ceia do Senhor – que correspondem aos ritos da circuncisão e da Páscoa da antiga aliança e os substituem – são ordenanças da nova aliança e esta última, a Ceia, memorial eterno, até que Ele volte, até que Ele venha buscar a sua Igreja. A Ceia é um memorial de amor, eterno, que nos une a pessoa de Cristo (I Cor 5.7). Ela nos une também reciprocamente, como irmãos. Mas é necessário que façamos um auto-exame, como bem adverte o apóstolo Paulo. Se, porventura, temos alguma desavença com algum irmão, antes de tudo, é necessário que nos reconciliemos com ele (I Cor 11.27/28; At 24.16) para somente após, tomarmos a Ceia do Senhor.  Passado o mês de setembro, em que comemoramos mais um aniversário de organização da Igreja Presbiteriana de Sorocaba, a Santa Ceia, que hoje é celebrada, nos permite fazer um auto-exame, não somente para verificar a nossa relação com o Senhor, mas também para com nossos irmãos; para aferir se realmente estamos unidos, enquanto igreja, “Corpo de Cristo”. Somente com a unção de Deus e união, é que a Palavra será proclamada com intrepidez e ousadia! Pensem nisso!

(Presbítero. João Eduardo Soave)Igreja Presbiteriana de Sorocaba